Dar Limites. Uma Ponte para a Realidade!

Muitas vezes nos perguntamos como saber a hora de dizer sim e a hora de dizer não? É fundamental acreditar que dar “limites” aos filhos é iniciar o processo de compreensão e apreensão do outro. Não confundir acreditando que o limite provoca um trauma psicológico e, consequentemente abrindo mão deste elemento fundamental na educação.


2 de julho de 2017
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Ninguém é capaz de respeitar seus semelhantes se não aprender quais são os seus limites, ou seja, só se dá o que se tem. A criança precisa interiorizar a idéia de que poderá fazer milhares de coisas que deseja, mas nem tudo e nem sempre. Isso a ajudará a ter noção durante seu desenvolvimento, estruturando coerentemente o seu caráter. Na medida que ela aprende a diferenciar entre satisfazer o próprio desejo e pensar no direito do outro, o limite ajudará a compreender que nem sempre o que se deseja é útil e correto socialmente.

Os pais precisam ensinar as crianças, sem culpa, que seus direitos acabam onde começam os direitos dos outros; dizendo “sim” sempre que possível e “não” sempre que necessário, ou seja, um não com lógica, com explicação, não apenas por autoritarismo, mas sim, com um significado real.

Dessa forma ajudará seu filho a ver o mundo com uma conotação social (con-viver) e não apenas psicológica (o meu desejo e meu prazer são as únicas coisas que contam). Sendo assim, os pais, através dos limites ensinam à criança a discernir entre o que é uma necessidade e um desejo apenas.

Dar limites não é só os filhos realizarem o que os pais desejam, de forma autoritária sem explicar a criança o porquê, criando-se assim, uma dinâmica familiar da “lei do mais forte”. Mas sim, dando um sentido real as regras do não. Isto não provocará traumas emocionais, pois este “não” terá uma razão de ser, sem precisar vir acompanhado de agressões físicas ou morais.

Portanto, na dúvida em dar ou não os limites, é fundamental que os pais tenham bastante segurança em saber distinguir o que significa as necessidades e os desejos de seus filhos. Toda criança necessita de um contorno da razão com sentido lógico para perceber a diferença limítrofe do agir pelo prazer em detrimento da ética do outro, e com suas necessidades reais, abrindo mão de ver o mundo sob o olhar apenas dos próprios desejos.

Só assim, irá estruturando-se um caráter humanizado, e ético no convívio social.

Anna Leila Santos.

Psicóloga| Psicoterapeuta Corporal (Criança-Adolescente-adulto)

Texto publicado na Revista RV Mães; 2010/Número 2.


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